relevos dissecados e desenhos



“Balance, tension, unpredictability, adjusting expectations—the defining features of Lucas Simões’s artwork point as much to the process and beauty of making buildings as to that of building a relationship, a life, with another human being. The paper in this show often takes on figurative (maybe even sensual) qualities: spreading, bending, teasing, exposing, demurring. Drawing is a more primordial art form than sculpture. It is more direct; it removes a measure of mediation between an object and its conception. Simões’s new drawings bring us closer to the early lives of his artworks (as digital renderings no one but the artist ever sees), closer to his first love (architecture), closer to the inside of his mind, and perhaps even to his experience of eros."

extract from drawing tense exhibition’s text by Colin Doyle


Texto em português


Esta pesquisa partiu da leitura de textos de dois arquitetos fundadores da arquitetura moderna brasileira. Lucio Costa (escola carioca) e Vilanova Artigas (escola paulista). A pedido do Ministério da Educação e Cultura, Lucio Costa propôs em 1940 um programa para a reformulação do ensino de desenho no curso secundário, visando desenvolver nos jovens a capacidade analítica por meio do desenho como inseparável das forças da imaginação. Intenção, compreensão, significado e construção se conjugavam nesta experiência formativa do desenho. “O rabisco não é nada, o risco – o traço – é tudo. O risco tem carga, é desenho com determinada intenção1”, afirmava.

Quase três décadas depois, Vilanova Artigas, em 1 de maio de 1967, pronuncia a aula inaugural da Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo, onde explorou o conteúdo semântico da palavra “desenho”, para mostrar um conflito histórico, desde Platão, entre técnica, arte e significado: desenho – desígnio – design (desenho/intenção/projeto).Três palavras diferentes na língua portuguesa, mas que em outras línguas como no italiano "disegno" ou no inglês “design” aglutinam a potência semântica.

Sendo assim, a série Desenhos explora o traço, ou melhor, citando Lucio Costa, “o risco que tem carga”. O traço que nestes trabalhos se tornam cortes, sulcos que atravessam resmas inteiras de papel. Gestos simples que definem a construção do desenho no papel a partir da movimentação da resma no espaço. Movimentos algumas vezes quase sem esforço, apenas com a força da gravidade. Outras vezes uma simples torção cria relevos dissecados de papel. Seus pontos de tensão são sustentados por chapas de aço, como réguas para o movimento pretendido nas folhas.





DESENH0 #1, 2019
aço e papel
steel and paper
80x56cm
31 x 22 in


DESENH0#2, 2019
aço e papel
steel and paper
54 x39 cm
21 X 15 in


DESENH0#3, 2019
aço e papel
steel and paper
54 x39 cm
21 X 15 in


DESENH0#4, 2019
aço e papel
steel and paper
100x61 cm
39 X 24 in


DESENH0#6, 2019
aço e papel
steel and paper
61 x 92 cm
24 X 36 in


DESENH0#7, 2019
aço e papel
steel and paper
61 x46 cm
24 X 18 in


DESENHO#8, 2019
aço e papel
steel and paper
51 x 81 cm
20 X 32 in


DESENHO #9, 2020
aço e papel
acero y papel
steel and paper
51 x 33 x 10 cm


DESENHO #10, 2020
aço e papel
acero y papel
steel and paper
46 x 32 x 11 cm


RELEVO DISSECADO [1], 2019
aço e papel
acero y papel
steel and paper
60 x 80 cm


RELEVO DISSECADO [3], 2019
aço e papel
acero y papel
steel and paper
110 x 63


RELEVO DISSECADO [4], 2019
aço e papel
acero y papel
steel and paper
113 x 77 cm


RELEVO DISSECADO [5], 2019
aço e papel
acero y papel
steel and paper
48 x 37 cm

RELEVO DISSECADO [7], 2019
aço e papel
acero y papel
steel and paper
59 x 29 cm


RELEVO DISSECADO [8], 2019
aço e papel
acero y papel
steel and paper
65 x 68 cm


RELEVO DISSECADO [9], 2019
aço, papel e folha dourada
acero, papel y hoja dorada
steel, paper and golden leaf
37 x 35 cm

Chapado n.6 [Beliscões],  2020
aço carbono com oxidação preta e papel jornal
black oxidazed carbon steel and paper 
39 x 39 x 6 cm